Não é novidade que a educação é dinâmica: novos formatos, recursos, estratégias, novas formas de acompanhar as novas gerações e demandas da sociedade. O mundo muda o tempo todo e exige que as formas de ensinar e aprender sejam reinventadas. Vivemos, hoje, um exemplo muito claro disso: a pandemia do coronavírus que, inevitavelmente, levou as escolas e o mundo corporativo a adotarem a educação remota. Sem muito tempo para adaptação e criação de planejamentos detalhados, a tecnologia digital (plataformas de aprendizagem, canais do youtube, whatsapp) tornou-se um meio indispensável para a manutenção da aprendizagem e entrega de conteúdos acadêmicos ou corporativos.  

Assim, a tecnologia digital e as diversas formas de criar conteúdo podem ajudar muito a manter a aprendizagem atrativa e assertiva. 

Uma dessas formas é o microlearning. Trata-se de uma técnica para ensinar e disponibilizar conteúdos para os aprendizes em pequenos “pedaços”; ou seja, fornecer informações mais específicas e um controle maior sobre o fluxo do conteúdo. É uma estratégia que “nasce” do micro-conteúdo – pequenos pedaços de informação digital em um estado permanente de circulação . É, na  maior parte das vezes, um tópico único, de comprimento limitado, consumido rapidamente. Pense, por exemplo, em um conteúdo sobre competências socioemocionais. Ao invés de falar de todas elas em um só vídeo ou texto (ou qualquer outro formato que você tenha escolhido), você fará um conteúdo sobre cada uma das competências. 

Se pensarmos nas condições dinâmicas do mundo e na necessidade de atualização constante que vivemos hoje, o microlearning, pode ser uma excelente estratégia para, em pouco tempo, conseguimos aprender algo novo ou nos atualizarmos. Além disso, as novas gerações procuram resolver problemas ou encontrar respostas de forma muito rápida, identificar o que precisam sem precisar ler um conteúdo de 30 páginas. 

Embora o microlearning seja um formato de aprendizagem com duração determinada, ele deve atingir um objetivo de aprendizagem, ter um escopo, um conteúdo completo, elaborado, planejado. O tamanho/duração não pode determinar a qualidade do conteúdo e o potencial de aprendizagem. Como em qualquer outro formato de conteúdo destinado a um público alvo, a proposta de aprendizagem deverá estar alinhada a um objetivo, possível de ser cumprido no final da interação e apreensão do conteúdo (o que o aprendiz saberá após consumir aquele conteúdo?). 

Ao contrário do que parece, o vídeo não é o único formato de microlearning. Você também poderá elaborar um conteúdo pequeno, objetivo e específico em podcasts, animações, infográficos, games, cases, pequenas simulações, lançamento de desafios. Você poderá variar os formatos olhando para o conteúdo, o público alvo e o seu objetivo. 

Benefícios do microlearning para o aprendiz

  1. O conteúdo é organizado em blocos menores e cumpre um objetivo de aprendizagem determinado, o que exige menos tempo de atenção do colaborador além de resolver um “problema” de conhecimento mais rapidamente.  Muitas vezes, é necessário ler um livro todo ou assistir a um vídeo de uma hora procurando por um trecho ou pedaço específico que poderá ajudar em uma tarefa que está parada, em um procedimento que não continuou por causa de um “detalhe”. Nem todo conhecimento útil é sistêmico. 
  2. A produção dos conteúdos no formato de microlearning poderão ser feitos de acordo com uma demanda ou necessidade diagnosticada: materiais de microlearning podem ser disponibilizados para acesso e consulta quando o colaborador sente falta de um conhecimento e tem uma tarefa atrasada por isso. Por exemplo, é bastante útil para reforçar conhecimentos adquiridos e sanar dificuldades específicas. Isso permite o direcionamento e a especificação do conteúdo a ser criado, aumentando sua eficácia.
    As práticas de Gestão de Conhecimento podem ser documentadas por meio de microlearnings. As wikis- que funcionam como dicionários vivos- que registram vocabulários ou processos da empresa podem ser construídas nesse formato. Isso torna o acesso fácil, rápido e atende muitas demandas de um processo de onboarding, por exemplo. O mesmo pode ocorrer com a prática de lições aprendidas.
  3. Como os materiais são mais curtos, isso facilita a produção (considerando o custo de material, tempo de produção, investimento em recursos) e você pode personalizar e segmentar os públicos, personalizando linguagens, recursos e percursos de aprendizagem.  Dependendo do público  alvo, os formatos podem ser diferenciados: textos, apresentações em diversos formatos, vídeos gravados, vídeos de animação, animações de whiteboards, atividades gamificadas, cases para tomada de decisões, jogos e pequenas simulações.
  4. Essa técnica pode ser utilizada, também, para fornecer elementos de revisão, focando em conteúdos específicos de forma direta e resumida no final dos cursos, como uma ferramenta de reforço.

Benefícios do microlearning para a empresa

  1. Como são conteúdos curtos, não envolvem um tempo muito grande para serem produzidos e, em consequência, são mais rápidos e práticos para serem editados ou alterados quando houver necessidade de atualização ou incorporação de algum conteúdo.
  2. Pode tratar de um conteúdo de desenvolvimento profissional (técnico, por exemplo) ou pessoal (habilidades intra e interpessoais, por exemplo). Você pode ainda elaborar vídeos independentes (que não sejam partes de um treinamento maior) e trazer informações específicas, que precisam ser comunicadas urgentemente: uma regra da empresa mudou? um novo processo precisa ser apresentado? Há algum procedimento sendo executado com muitos erros? Há alguns padrões de comportamento que devem ser parte da cultura da empresa e todos devem lembrar? Vídeos curtos, objetivos e informativos que otimizam o acesso a informações necessárias. 
  3.  Esses materiais produzidos podem constituir um repositório de informações, uma biblioteca de microlearning. Se a sua empresa tiver uma plataforma como recurso para desenvolvimento e formação de colaboradores, poderá ter um local específico e conhecido para esse armazenamento.
  4. Você pode usar o microlearning para construir um treinamento mais longo, em etapas. Essas etapas podem ser definidas e separadas por tratar de tópicos independentes, por aumentar a complexidade de conteúdos ou por abordar conteúdos que têm certo grau de complementaridade. Você pode combinar com os colaboradores que os materiais de microlearning serão disponibilizados em um determinado dia da semana até que o curso seja completo, por exemplo. Isso é um elemento da gamificação e contribui para gerar engajamento. O importante é que cada vídeo – mesmo fazendo parte de um todo maior – cumpra um objetivo de aprendizagem e trate de um conteúdo “completo”.  Por isso, o planejamento de um curso constituído por vários videos de microlearning deve ser feito por completo, tratando cada material como um conteúdo independente. 
  5. Pensando no tópico anterior, os formatos de microlearning podem ser variados e você poderá criar diferentes possibilidades de contato com o conteúdo em cada uma das etapas do curso ou treinamento. Por exemplo, o primeiro microlearning pode estar no formato de um infográfico, o segundo de um vídeo, o terceiro de um podcast e assim por diante,  de acordo com a sua criatividade, seus objetivos, a estrutura do curso e o perfil do seu público alvo. 

Exemplos de estratégias de microlearning

Você já ouviu falar em Pecha Kucha? É uma metodologia parecida com a apresentação de slides no PowerPoint ou Prezzi. No entanto, as apresentações têm, obrigatoriamente, 6 minutos e 40 segundos cada uma. São 20 slides e você tem 20 segundos para explicar cada um deles.  Em outras palavras, você tem 400 segundos para contar a sua história, com os recursos visuais guiando o caminho. Pecha Kucha significa “bate papo” em Japonês.

Esse formato mantém as apresentações concisas e rápidas além de estimular a organização e comunicação de ideias de maneira sucinta e objetiva. 

Nesse modelo, é comum usar mais imagens do que textos. Os apresentadores reúnem 20 imagens temáticas que culminam em uma ideia específica e têm apenas 20 segundos para falar de cada imagem. 

É um bom formato de microlearning porque foca em um limite específico de tempo e um número específico de slides. Isso faz com que o conteúdo do apresentador seja muito condensado, o que fica mais fácil para a assimilação do público. 

O Pecha Kucha pode ser efetivo para iniciar o envolvimento do colaborador com o conteúdo; permitir que as ideias fluam ou ainda prepará-lo para uma discussão posterior. 

No ambiente corporativo, esse formato de apresentação é usado como uma maneira simples e ágil de informar e estimular a conectividade entre os colegas de trabalho.

Infográficos

Os infográficos são uma forma de condensar um tópico que poderia ser escrito em várias páginas. Podem ser uma estratégia efetiva de microlearning porque eles apresentam uma grande quantidade de informação condensada em um formato visual. 

Ao invés de precisar ler páginas de material em um modelo teórico, você pode montar um infográfico explicando o mesmo modelo de conteúdo com uma representação visual.

Os infográficos são uma ótima maneira de adicionar recursos visuais aos seus cursos, torná-los mais atraentes e apresentar números brutos e estatísticas antes de começar a escrever. É, portanto, uma outra maneira de comunicar conteúdos, Além disso, pode organizar informações abstratas em um formato mais tangível ou concreto.

Vídeo

O uso do vídeo é outra ótima forma de implantar o microlearning em seu curso. Há muitas formas de construir  e incrementar um vídeo: usando elementos de tipografia cinética, tarjas laterais, inserts, animações (como, por exemplo, o  lettering ou iconografia), uso de videografismos, cenários e personagens personalizados, gravações em estúdios, captação de trechos de palestras ou aulas, storytellings ou animação em quadro branco com timelapse

A complexidade poderá ser escolhida de acordo com recursos e profissionais disponíveis, orçamento, público alvo e tipo de conteúdo. A ideia é mostrar que há muitas possibilidades. Você pode simular situações reais, conversas, usar personagens fictícios e construir cenários, explorando muitas formas de customizar o seu microlearning.

Tudo isso significa que o microlearning é o melhor formato para estruturar cursos ou treinamentos corporativos ou que todos os cursos ou treinamentos corporativos devem ser feitos neste formato?

Não. A ideia é apresentar potenciais dessa estratégia: tipos de microlearning, potenciais, facilidades e mostrá-lo como um dos formatos por meio do qual o seu conteúdo poderá ser comunicado (principalmente levando em conta o contexto que estamos vivendo). Em determinados casos, poderá ser, sim, o melhor formato de comunicação de conteúdo. Mas, como qualquer outro, precisa ser planejado, avaliado, estar sincronizado com os objetivos de aprendizagem traçados, com a expectativa e perfil do seu público-alvo, com o tipo e relevância do conteúdo, com o tempo que aquele conteúdo ficará disponível, a necessidade de atualização constante ou não, a frequência de acesso, o número de setores da empresa que precisará acessá-lo.

As variáveis são inúmeras! Use a sua criatividade e faça o melhor para engajar seus colaboradores, surpreendendo-os com formatos de conteúdos diferentes e inovadores!

Uma boa trilha de conteúdos em microlearning precisa de uma boa ferramenta de gestão da aprendizagem para potencializar ainda mais o aprendizado dos colaboradores. A plataforma Scaffold permite mapear as lacunas de conhecimento das suas equipes e disponibilizar os conteúdos ideais para seu desenvolvimento efetivo!

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